Análise de poema

 Soneto do Amor Total

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade ...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

         Vinícius de Moraes

http://pensador.uol.com.br/soneto_do_amor_total/

         Vinícius de Moraes nasceu em 1913 no bairro da Gávea, no Rio de Janeiro. Em 1933 graduou-se na Faculdade de Direito do Catete onde conheceu e tornou-se amigo do romancista Otávio de Faria que o incentivou na vocação literária. Também neste ano teve seu primeiro livro de poemas, O Caminho para a Distância, publicado.

            Sobre o “Soneto do Amor Total” temos um poema que fala sobre amor com uma estrutura poética tradicional, um soneto, que é organizado em quatro estrofes, duas quadras e dois tercetos, sempre nesta ordem e o número de sílabas poéticas em cada verso é o mesmo. As rimas na primeira estrofe são alternadas, as na segunda intercaladas bem como as rimas na terceira e quarta estrofes. Quanto à utilização de figuras de linguagem há, por exemplo, a antítese no trecho:

“E te amo além, presente na saudade” pois não sentimos saudade se estamos presentes. Figura que foi utilizada para dar a ideia de que o amor é um sentimento contraditório.

http://joana.arteblog.com.br/44087/Soneto-do-amor-total/
Observação: no site a imagem não é estática. Há uma explosão que tem o princípio nas fagulhas brancas na imagem